Ao longo dos últimos anos, A Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS vem estimulando às operadoras de planos de saúde a adoção de melhorias na qualidade da prestação de serviços aos seus beneficiários. Neste seguimento, recentemente a Agência disponibilizou em seu sítio na internet a Consulta Pública nº 66, dando a oportunidade à população e demais entes do mercado a se posicionarem acerca da proposta de estas operadoras certificarem as suas boas práticas que visam a indução da melhoria da saúde suplementar no Brasil.
A priori, a referida consulta pública traz consigo um dos componentes do programa: a certificação em Atenção Primária à Saúde – APS, programa de adesão voluntária que propõe um modelo inovador de atenção à Saúde e de remuneração da rede de prestadores, cujos principais cuidados primários previstos nacional e internacionalmente são:
Para que atendam a proposta do normativo, as operadoras precisarão ser certificadas em Entidades Acreditadoras que tenham reconhecimento de competência emitidos pela The International Society For Quality in Health Care – ISQua e pela ANS. Ademais, a equipe da entidade certificadora deverá conter, no mínimo, dois auditores com formação universitária sendo que um deles deverá possuir pós-graduação em gestão em saúde ou em saúde coletiva/saúde pública ou administração hospitalar ou auditoria/gestão em saúde ou experiência mínima de 5 (cinco) anos em acreditação em saúde ou auditoria em saúde.
Além destes pré-requisitos, as operadoras estarão aptas à certificação desde que possuam registro ativo junto à ANS, não se encontrem em planos de recuperação assistencial ou nos regimes de direção técnica ou fiscal, ambos sob supervisão da referida Agência, bem como possuir Índice de IDSS e de suas dimensões (qualidade em atenção à saúde, garantia de acesso, sustentabilidade no mercado e gestão de processos em regulação) maior ou igual a 0,5.
A equipe de APS e o público alvo a ser observado
Para compor o APS, a equipe deverá ser multiprofissional e composta minimamente por:
E para fins de cobertura, as operadoras deverão assegurar, no mínimo, 1 equipe de APS para no máximo 2,5 mil beneficiários, com as seguintes ressalvas (considerando algumas dificuldades de cobertura da carteira):
* fonte: elaboração própria da ANS
Mas, e o monitoramento?
O Programa de Certificação em Boas Práticas em Atenção Primária em Saúde será composto por 7 requisitos subdivididos em 56 itens de verificação:
I – Planejamento e Estruturação Técnica
II - Ampliação e Qualificação do Acesso
III - Qualidade e Continuidade Do Cuidado
IV - Interações Centradas no Paciente
V - Monitoramento e Avaliação da Qualidade
VI - Educação Continuada
VII - Modelos Inovadores de Remuneração Baseados em Valor
Findando este texto, mas não o assunto importantíssimo que ainda está em seu início de discussão, as operadoras poderão divulgar amplamente o certificado concedido em seu portal, materiais publicitários e de propagandas para fins comerciais. E, considerando a relevância de todos os aspectos elencados do modelo vs. eficácia do atendimento, é uma oportunidade ímpar para as operadoras, além de promover a qualidade da saúde da população brasileira, aperfeiçoar seus aspectos gerenciais, econômico-financeiros e a sustentabilidade no mercado.
Wagner Batista Borges
Atuário - Registro Profissional 2.917
Unimed Federação Mato Grosso
Fonte:
Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS (consultas e participações públicas)